terça-feira, 26 de agosto de 2008


A NECESSIDADE DE UM PROJETO ECOTURISTICO NO SERTÃO

Por: Audemário Prazeres

Sabemos o quanto à atividade do Turismo Rural, vem sendo de grande importância para o desenvolvimento das cidades do interior, mas precisamente aquelas situadas na zona da mata e agreste do nosso Estado.

Observamos nessa atividade uma promoção da interação do visitante com a cultura local, propiciando através dos roteiros e atividades desenvolvidas a participação da comunidade nos benefícios desse segmento.

Na verdade, o Turismo como um todo, se faz de grandes e pequenas iniciativas atreladas a oportunidades. Quando entramos nessa dimensão de pensamento, estamos lidando com o que chamamos de “potencialidades turísticas”. Quando percebemos esta dimensão, constatamos o quanto o Turismo vive do que é bom, do que é novo, do que se mostra tradicional, de tudo que, por algum motivo, desperta a atenção das pessoas. E o nosso sertão pernambucano, jamais pode se enquadrar excluído desse processo dimensional.

O Turismo se mostra muito capilar, e entre as suas ramificações, nos deparamos com o Ecoturismo, que é uma atividade que, em primeiro lugar, promove o reencontro do homem com a natureza de forma a compreender os ecossistemas que mantêm a vida. As atividades são desenvolvidas através da observação do ambiente natural, através da transmissão de informações e conceitos ou através da simples contemplação da paisagem.

O termo Ecoturismo surgiu na década de 80, mas precisamente em 1987 com a criação da Comissão Técnica Nacional constituída pelo IBAMA e EMBRATUR onde visavam à ordenação das atividades nesse campo. Já em 1994, visando diretrizes de âmbito nacional, conceituaram esse verdadeiro viés no Turismo Rural como: “Ecoturismo é o segmento da atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas”.

O Ecoturismo é também entendido como “turismo natural”. Mas não aquele turismo simples de observação, e sim, que venha proporcionar ao viajante um entendimento ecológico do meio ecossistema visitado. Como esse segmento é amplo, quais são os seus objetivos? - Tentando responder a esta pergunta, destaco o seguinte:

  • Promover e desenvolver um turismo de base e ecologicamente sustentável;
  • Estimular investimentos no que se refere à conservação dos recursos naturais e culturais;
  • Estimular a participação das comunidades, gerando renda e instigando o resgate cultural;
  • Desenvolver um planejamento com critérios de baixo impacto ambiental, buscando sempre a consciência de proteção ambiental;

Como desenvolver um planejamento com critérios? – Em busca dessa resposta, temos que esmiuçar alguns Indicadores Ambientais importantes, e para isto, devemos fazer uso de alguns questionamentos básicos relevantes. Tais como:

  • Valores ecológicos:

- Possui recursos naturais representativos?

- Qual o nível de atratividade de cada recurso?

- Em que condições se encontram?

- Quais os atrativos que posso criar?

  • Recursos Naturais:

- Que atrativos poderei desenvolver na flora?

- Qual público que se interessa?

- O que poderei melhorar?

- Com relação à fauna, quais os tipos de animais e aves?

- Quais as facilidades de observação dos espécimes?

- Com relação aos recursos hídricos, existem rios, lagos ou cachoeiras?

- Quais os esportes ou lazer podem desenvolver nestes locais?

  • Frente ao Relevo:

- As grutas, paredões e cavernas são de fácil acesso?

- Quais as atividades paralelas e possíveis que podemos desenvolver nos ambientes?

  • Os indicadores Antrópicos:

- Existem edificações com origens históricas ou culturais?

- O material usado nas edificações desperta curiosidade?

- Na família do homem do campo, o produtor ou empregados alguém produz algum

tipo de artesanato ou outra manifestação cultural?

  • A cultura, costumes e tradição:

- A localidade apresenta uma cultura definida?

- Existem manifestações culturais?

- Existe na localidade uma gastronomia típica? Encontramos mão-de-obra

para a cozinha? E vemos restaurantes típicos?

  • Os indicadores de Percepção:

- A localidade transmite paz e tranqüilidade?

- A paisagem, os recursos naturais, fauna e flora contribuem para o

repouso?

- Há mão-de-obra com qualidade?

Como podemos perceber, um projeto é um conjunto de informações coletadas e processadas que venha a simular uma determinada opção de investimento e testar a sua viabilidade operacional. É justamente no projeto, que se define as características do futuro empreendimento e dos produtos e serviços que serão colocados no mercado, à disposição dos turistas. Com isto, fica mais fácil definirmos um “Roteiro Turístico”. Sua característica mais acentuada é proporcionar ao visitante a garantia de ter optado por uma viagem em que se tenha a tranqüilidade que se deseja (transporte, hospedagem, alimentação, passeios e guias).

Por fim, com um Roteiro definido, temos de ir ao encontro dos ”Canais de Distribuição” do Turismo, que neste caso são as operadoras de turismo, os agentes de viagens, e os diversos meios de mídia, onde destaco a INTERNET como a mais pratica e ao alcance de muitos.

O importante, é que nossos governantes (inclusive aqueles das cidades do interior), tenham a sapiência de que investir em obras, divulgação e capacitação da população com vistas ao Ecoturismo racional, significa melhorias diretas provocadas na própria população antes de atender ao turista.

Particularmente, sou um defensor do desenvolvimento do Ecoturismo no sertão, antes de imaginarmos diretamente o Turismo Rural. Essa minha afirmação vem por base se analisarmos alguns investimentos privados realizados para o fomento do Turismo Rural, onde na maioria das vezes, somam grandes investimentos de capital, principalmente na fase inicial de implantação. E o processo de retorno financeiro desses investimentos se caracteriza de forma lenta (que nos diga aqueles que iniciaram seus investimentos na década de 90 na nossa zona da mata, e que somente recentemente estão “colhendo os louros” com a atividade do Turismo Rural).

O Ecoturismo, ao contrário do Turismo Rural, requer menos investimentos, uma vez que seus praticantes em sua maioria, possuem o hábito de colocarem uma “mochila nas costas” e se alojarem e se alimentarem em locais mais simples. Pois o que eles almejam de fato, é a sensação de aventura e o contato com culturas tradicionais, tendo nas paisagens naturais menos descaracterização possível. Ou seja: um ambiente rústico e mais original possível, onde a ação antrópica (ação do homem), seja menos latente. E esta condição, o nosso sertão possui muitas potencialidades.

Oxalá, que tenhamos um desenvolvimento racional do Ecoturismo no sertão, e que definitivamente desmistifique aquela visão de que o êxodo rural é a única alternativa para a população sertaneja. E com isto, tenhamos um retorno, seja do homem rural ou o urbano, de suas raízes culturais.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

MINHA ENTREVISTA PUBLICADA DO DIÁRIO DE PERNAMBUCO




MOMENTOS DA ENTREGA A MINHA PESSOA DA IMPORTANTE COMENDA CIENTÍFICA CIENTISTA SAMUEL CUNHA FILHO.







RECEBIMENTO DA COMENDA CIENTIFICA CIENTISTA SAMUEL CUNHA FILHO

Faço registrar alguns momentos da entrega a minha pessoa da importante Comenda Científica Cientista Samuel Cunha Filho. Trata-se de um evento realizado no dia 04 de Novembro de 2007 no belíssimo Centro de Artesanato da cidade de Bezerros, agreste de Pernambuco cerca de 120 Km da cidade do Recife. Ao qual recebi das mãos da renomada cientista brasileira Dra. Rosaly M. Lopes, principal cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA na Califórnia (U.S.A.).

Não posso negar que essa condecoração foi muito importante para minha pessoa. Afinal, o recebimento dessa Comenda é algo que posso remeter a um blinde por minha Boda de Prata no exercício de divulgar e praticar a Astronomia durante esses 25 anos. Assim, permitam-me recordar o momento por trás do recebimento do Prêmio Nobel de Física concebido pelo cientista americano, nascido na Alemanha, Hans A. Bethe, em 1967. A saber:

Quando Bethe recebeu o prêmio, perguntaram-lhe quais os perigos que a honraria poderia acarretar. E ele respondeu: “Creio que o principal perigo é a possibilidade de, daqui por diante, eu sentir que só posso fazer trabalho importante.”

Fazendo alusão a este momento importante na vida de Hans Bethe, bem como a sua preocupação, é que de certo modo, eu me sinto com o recebimento dessa Comenda.

Então, obrigado a sociedade cientifica brasileira pela lembrança de minha pessoa frente ao recebimento dessa importante Comenda Cientifica Cientista Samuel Cunha Filho.

Audemário Prazeres

Histórico do Dr. SAMUEL CUNHA FILHO

Nasceu em Bezerros/PE, em 21 de janeiro de 1931.

Filho de Samuel Domingos da Cunha e Adélia de Miranda Cunha.

Fez seus estudos primários em sua terra natal.

De 1941 até 1946 estudou no Colégio Marista do Recife.

Em agosto de 1946, com 15 anos de idade, viajou para a Califórnia realizando assim seu sonho de estudar nos Estados Unidos.

De 1946 até 1948 estudou inglês na Escola Preparatória da Universidade de Vila Nova na Califórnia.

Em 1947 ingressou na Universidade de Loyola (dos Jesuítas), onde graduou-se em 1951, com especialização em engenharia civil.

Em 21 de junho de 1952, casou-se com a norte americana Kathleen Flaherty, descendente de Irlandeses, com quem passou quarenta e cinco anos casado e teve seis filhos, que lhes deram oito netos e um bisneto.

Mudou-se para o Recife em 1953.

De 1953 até 1955 foi Gerente Assistente de Operações da ESSO (Standard Oil Company of Brazil).

Em 1955 regressou aos Estados Unidos.

De 1955 até 1961 foi Coordenador da Fábrica Chrysler Corporation, em Los Angeles – Califórnia.

Em 1961 ingressou na Atonics International (indústria nuclear e aeroespacial) onde permaneceu até 1982.

Foi Coordenador do projeto para construção de usinas nucleares (projetos secretos) do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Trabalhou para NASA, no desenvolvimento e construção do reator atômico destinado ao fornecimento de energia elétrica para a espaçonave Apollo 11, lançada em 16 de julho e na produção do combustível nuclear, para propulsão do módulo lunar “EAGLE” que pousou na lua em 20 de julho de 1969.

Foi condecorado pela NASA pelo sucesso da missão do homem na lua.

Trabalhou na Missão Apollo 13 que se tornou crítica em 13 de abril de 1970 sendo um dos responsáveis pelo retorno à terra, em segurança, dos astronautas James A. Lovell Jr., John L. Swgert e Fred W. Haise Jr. Fato ocorrido em 17 de abril de 1970.

Coincidentemente, Samuel adoeceu criticamente em 13 de abril de 2007 e partiu para o céu com segurança em 17 de abril de 2007.

De 1982 até 1999 trabalhou também como Gerente de Projeto da Divisão de Aeronáutica da Rockwel na construção do bombardeiro B1-B da Força Aérea dos Estados Unidos, para o programa de defesa Guerra nas Estrelas do presidente Ronald Reagan.

Trabalhou nos programas da nave espacial Chalenger e no SR-71. “Blackbord” um avião de reconhecimento estratégico e de longo alcance, capaz de voar com velocidade de 3,2 vezes a velocidade do som e altura de 85.000 pés. Aposentou-se pela Boeing Corporation.

Seus excelentes trabalhos continuam servindo ao povo dos Estados Unidos dentro e fora do país, com aviões estratégicos e tecnologias de defesa para os dias atuais.

Em 22 de janeiro de 2003, já viúvo e aposentado voltou a residir no Recife.

Em 22 de fevereiro de 2003, voltou à sua terrinha “Bezerros City” (como carinhosamente chamava), para ser homenageado.

MOTE DE QUEM VIVE EM MARTE


MOTE DE QUEM VIVE EM MARTE...

Até quando nossos gestores vão continuar fazendo uso de meras palavras e projetos míopes com os segmentos do Turismo, fazendo crer frente a sociedade uma justificativa sustentável tanto economicamente, culturalmente e socialmente?

Eu ando por este Estado, em cada ponto de parada, desenvolvo um olhar critico e técnico sobre o viés do Turismo. Sei muito bem das dificuldades encontradas nessas cidades interioranas, onde muitas possuem gigantescos pontos de atratividade turística. Vejo por demais o despreparo de muitos gestores municipais quando visam ações voltadas para o Turismo. É realmente de lamentarmos profundamente não somente o amadorismo de seus projetos, mas de repudiarmos o ato irresponsável em nomear secretários para assumirem pastas como o Turismo, onde esses administradores se quer tem noção do que seja Turismo.

Mas, não quero me abster aos casos interioranos. Pois se assim eu fizer, irei teclar nesse Blog por uma eternidade ao citar caso a caso por esse enorme Estado.

Assim, permitam-me expor algumas palavras em um contexto mais amplo, e abordar a qualidade dos cursos de Turismo oferecidos pelas inúmeras faculdades particulares, e por conseguinte, o repasse ingênuo e medíocre aos alunos, de que essas instituições estão formando futuros profissionais para enfrentar o mercado competitivo e segmentado que é o Turismo.

A proliferação dessas faculdades é algo tão assustador, onde oferecem cursos do tipo seqüencial de curta duração em várias áreas de “formação”, que até existe uma situação cômica que retrata mais ou menos assim: Se por acaso você ligar por engano para um dos telefones dessas instituições, e quando a atendente dizer: “Aqui é da faculdade tal”, e você gentilmente responde que: “Desculpe foi um engano de minha parte”, pode ocorrer a situação da atendente dizer: “Desculpe nada, segue pelos Correios o boleto de pagamento da matricula que as aulas do seu curso já começaram”. Vocês imaginam que estou sendo exagerado ao lembrar essa situação vista até de maneira cômica? Então, saia da condição cômoda de “navegar” pela Net, e passeie por essas faculdades e tenha a condição presencial de analisar a metodologia e principalmente o conteúdo pedagógico dos diversos cursos oferecidos, em particular os de Turismo. Tenho certeza que você vai ficar um pouco assustado (como eu), de como esses cursos são desenvolvidos.

Agregado a essa pseudo condição dessas novas faculdades particulares estarem formando futuros profissionais aptos ao mercado extremamente competitivo, e ao mesmo tempo, mutante que é o Turismo, temos ainda que enfrentar diversas ações que podem ser consideradas grotescas por muito dos nossos gestores públicos (em todas as esferas).

Afinal, quando veremos os nossos gestores terem a sensibilidade de entender que qualquer projeto voltado para o Turismo, geralmente ultrapassa os 4 anos de mandato? Será que ninguém de boa sanidade vai conjecturar a idéia de que os bons projetos em Turismo são ações de médio e longo prazo? E havendo bons projetos, existe a necessidade dos gestores substitutos darem continuidade a esses projetos?

Foi lançado o projeto Fuçador, onde alimentam cegamente entre os estudantes de Turismo proporem TESES de projetos com iniciativas para o aprimoramento dos espaços culturais nos diversos bairros do Recife.

Não podemos desmerecer a essência desse projeto, que estimula a auto-estima dos estudantes envolvidos. Mas, se conjecturarmos na perspectiva de que os cursos de Turismo estavam mergulhados em um “marasmo” de criatividade, não resta a menor dúvida que o Fuçador mudou essa perspectiva. Afinal, basta verificar que na primeira edição contou com a inscrição de 29 equipes e em 2007, esse quadro foi algo em torno de 150 equipes inscritas. Nesse contexto, não há como questionar o sucesso do projeto Fuçador. Mas, em termos de ações práticas o que esses projetos inscritos e até vencedores contribuem para a nossa capital? Quais são as iniciativas seja ela pública ou privada que estão sendo desenvolvidas baseadas nesses projetos apresentados? Os projetos ganhadores ou não, em que vem ampliando as ofertas de trabalho e melhorias na remuneração dos profissionais em Turismo?

Até que constatemos respostas condizentes a esses questionamentos, pelo menos o Fuçador no aspecto de marketing promocional das inúmeras faculdades nas quais oferecem cursos em Turismo vem sendo uma ação prática bem positiva. Por exemplo: Em 2007 foram 14 instituições de ensino no Estado, que tiveram equipes dos cursos de Turismo inscritos, onde internamente nas mesmas, foram feitas uma tremenda mobilização frente aos alunos sobre a “importância” em participarem desse projeto. Oxalá!!! Que esses projetos vencedores não fiquem restritos as gavetas de gabinetes. Bem como, restrito apenas como citações de referência nos currículos dos formandos em Turismo. E quanto ao esforço e criatividade dos demais projetos participantes, nas quais não foram vencedores ou atingiram boas notas, que esses não sejam esquecidos no tempo como os pingos da chuva. Afinal, esses projetos podem conter boas idéias, e afirmo mais: Idéias quem sabe reais, possíveis de fato em serem concretizadas sem "viajar" tanto na "maionese" do abstrato.

sexta-feira, 18 de julho de 2008



10 DICAS BÁSICAS AOS TRILHEIROS (AS)/CAMINHEIROS (AS)



(Por Prof. Audemário Prazeres) DICA NÚMERO 1 PARA NOSSA CAMINHADA: OS PÉS

Seus pés agradeceriam se seus calçados estiverem utilizando palmilhas de espuma. Essas palmilhas ajudam a amortecer os impactos e absorvem o suor que amolece a pele. Em um dado momento, existia algumas farmácias que vendiam essas palmilhas. Além disso, devemos colocá-las para secar ao final de cada dia de caminhada, para que possam recuperar a capacidade de absorção e que durem mais.
Para evitar possíveis bolhas, aconselho fazer uso dessa dica pessoal: Passe vaselina entre os dedos. Assim, diminui o atrito da meia contra a pele e entre os próprios.
Aconselho fazerem uso de dois pares de meias ao longo da caminhada. Ou seja: Uma social (fina), e sob ela, vestir uma meia grossa de algodão. Isso, ajuda a proteger seus pés do atrito constante.


(Por Prof. Audemário Prazeres) DICA NÚMERO 2 PARA NOSSA CAMINHADA: RITMO DA CAMINHADA e RESPIRAÇÃO

Tecnicamente, faremos da macha 1 e 2 em nossa caminhada. Ou seja: Seria mais ou menos uma caminhada com ritmo de contemplação de paisagem e em alguns momentos, levemente acelerado com passos normais. Não é uma prova para quem chega primeiro ou intuito de quebrar recordes.

Sempre faça uso da respiração pelo nariz... respirar pela boca parece ajudar na hora de um esforço maior, mas você perderá mais líquido. A dica é caminhar no ritmo da respiração, mesmo que você caminhe mais devagar. Se necessário, pare e descanse. Lembre-se: RESPEITE SEUS LIMITES!!!

(Por Prof Audemário Prazeres) DICA NÚMERO 3 PARA NOSSA CAMINHADA: SAÚDE

A Desidratação (perda de líquidos e sais minerais), é algo que devemos evitar onde ocorre com a transpiração, a respiração e pela urina. Em dias a normais, uma pessoa perde cerca de 3 a 6 litros de água. Em dias mais quentes, essa média sobe para um litro por hora. Por isso é recomendável que, durante a caminhada, principalmente por ser essa trilhas aberta e expostas ao sol, independente do calor excessivo, se tome meio-litro de água a cada meia hora. Além de evitar a desidratação, ajuda a prevenir a insolação que apresenta a pele avermelhada, quente e seca, febre alta, com risco de perda da consciência e comprometimento das funções vitais.
A Intermação é o elevar da temperatura do corpo acima de 37 graus, devido ao esforço excessivo e calor intenso, podendo causar câimbras, tonturas e comprometimento das funções vitais. Iremos parar várias vezes á sombra com a roupa bem frouxa e descansar bastante.


(Por Prof. Audemário Prazeres) DICA NÚMERO 4 PARA NOSSA CAMINHADA: PESO DA MOCHILA E KIT PRIMEIROS SOCORROS

O peso sobre os ombros, é algo que devemos muito levar em conta. Lembro que em uma caminhada longa feito a nossa, o menor peso possível nos ombros é importante. Mochila pesada causa desconforto e dores na coluna, podendo evoluir para problemas mais sérios. Por isso, o recomendável é carregar cerca de 1/3 do peso do corpo, considerando para aqueles que possuam um relativo preparo físico. Procure levar para as caminhadas aquilo que for realmente importante e que tenha utilidade.

PRIMEIROS SOCORROS

Não pode faltar na bolsa de primeiros socorros:
band-aid; esparadrapo largo; gazes; atadura; algodão; cotonete; pinça e tesourinha; termômetro; álcool iodado; aspirina (para febre e como analgésico); anti-histamínico oral (para reações alérgica e mordida de insetos); anti-inflamatório; loção para assaduras; anti-diarréico; remédio pra cólica; colírio; soro fisiológico; pomada Minancora para os pés.

(Por Prof. Audemário Prazeres) DICA NÚMERO 5 PARA NOSSA CAMINHADA: ALIMENTAÇÃO

Alimentação é de extrema importância numa caminhada. Através do balanceamento de substâncias é que mantemos a energia necessária para a continuidade da caminhada e mantemos a saúde do nosso corpo.
Os carboidratos são as fontes de energia de assimilação quase que imediata. Alimentos compostos dessas substância são indispensáveis numa caminhada, principalmente as que exigem pernoite. Numa caminhada desse tipo temos que contar a quantidade de cafés da manhã, almoços e jantas que serão feitas. Muitas vezes, os trilheiros deixam almoço e optam por lanches e uma refeição reforçada no começo da noite "almoço-jantar". O lanche é biscoitos, doce e salgados, frutas-passas, maçã, tangerina, laranja, barrinha de cereais. O almoço e jantar deve ser rico em carboidrato e proteína. O mais interessante é levar coisas fáceis e rápidas de preparar como macarrão, arroz, sopa desidratada. O famoso “não sei que nojo” e as sopinhas VONO é bom levar.


(Por Prof. Audemário Prazeres) DICA NÚMERO 6 PARA NOSSA CAMINHADA: SEGURANÇA

Caminharemos pelo acostamento na faixa contrária ao sentido dos veículos. Assim, nós e os motoristas vão ter visão frontal, e dificultamos assaltantes em carros ou motos vindos por trás favorecidos pelo sentido da BR. É prudente que todos estejam com cinto de sinalização noturna (reflexo dos faróis). Levem pilhas extras para suas lanternas. Desconfiem de estranhos. Evitar sair do grupo sem informar aos coordenadores e líder do grupo (eu). Em situações piores, procure se controlar. Pois, os assaltantes são covardes e agem na surpresa. Não grite e nem discuta com eles. Não deixem a mostra objetos de valor como celulares, máquina digital, MP3. Tenha uma postura serena e olhar fixo durante a caminhada. Não demonstre para olhares estranhos seu medo, fadiga muscular ou comente que você é iniciante nessa atividade. Tente repassar o seu lado de “mal”. Demonstrem serem experientes, destemidos. Isso inibe em alguns casos o delinqüente.


(Por Prof. Audemário Prazeres) DICA NÚMERO 7 PARA NOSSA CAMINHADA: BEBIDAS ALCOÓLICAS

Tecnicamente, ante da nova Lei Seca, o limite máximo de álcool ingerido p/ motoristas, é de 0,6 decigramas por litro de sangue, que corresponde a duas doses de bebida destilada ou até 3 latas de cerveja. No nosso caso, e para organismos acostumados na ingestão de bebidas alcoólicas, podemos fazer uso desse critério . Sabemos que cada dose ingerida, o tempo para eliminação é de 1 hora. Assim. Sem o rigor científico, faço crer que havendo ingestão de álcool deva realmente eliminar com o esforço da caminhada. Somos todos adultos e torço também por todos serem MADUROS e determinem limites. O álcool acelera a desidratação e seus efeitos são mais fortes quando estamos em jejum ou alimentação pouca (que é o caso nas caminhadas).
Lembro que estudos sérios apontam que o tempo médio de percepção de nós seres humanos é da ordem de 2 segundos. Se beber demais, esses tempo fica comprometido, e se perde o fator MEDO. O Medo é importante termos (não o pânico). Pois, com o MEDO ativamos a Adrenalina e ficamos mais espertos. Aos adeptos desse "estimulante" extra, lembro que existem pesquisas que atestam que uma taça diária de Vinho Tinto (de qualidade), faz bem ao coração e ao sistema circulatório.


(Por Prof. Audemário Prazeres) DICA NÚMERO 8 PARA NOSSA CAMINHADA: LIDERANÇA


O cão é um animal que por natureza anda vários quilômetros sem se cansar. Ele não fica numa só região, ele viaja sempre com um LÍDER na matilha. O líder vai na frente, e decide onde ir, quando ir e como ir. O líder é sempre o cão mais forte psicologicamente. Dizemos em metafísica: “Se você não cuidar da sua vida, alguém vai fazê-lo por você! Se você não se tornar um líder na sua casa, o seu cão o fará”. Com 43 anos de idade, e há 23 fazendo trilhas, não faço uso da soberda. Mas, a liderança (não chefia), deve ser exercida. Problemas de falta de disciplina ou ética, será mediada por minha pessoa. FICO SEMPRE NA TORCIDA POR NÃO TER QUE “CONVIDAR” O (A) PARTICIPANTE A SE RETIRAR DO GRUPO. Não lembrando a época de militar das Forças Armadas. Ou apologia a hierarquia militar. Mas, ser um “Tenente” comandando um pelotão e gerenciando recursos humanos e logísticos, é fundamental quando estamos com um grupo de caminhantes.

(Por Prof. Audemário Prazeres) DICA NÚMERO 9 PARA NOSSAS CAMINHADAS: BARRACAS E SACOS DE DORMIR


As barracas, possuem como desvantagem maior, o seu tamanho e peso para o caminhante. Inclusive em alguns momentos, o fator tempo em armar deva ser considerado. Mesmo assim, deve-se procurar barracas leves com capacidade de uma ou no máximo duas pessoas. Pois, essas barracas se apresentam de pequeno tamanho e peso abaixo de 1 Kg. Lembre-se que o fator durabilidade é algo não muito comum quando fazemos uso de barracas. Mas, podemos ter a mesma em bom estado de uso se respeitarmos a sua capacidade de abrigar pessoas e ao montarmos em locais apropriados.
Existem três tipos básicos de barracas:

a) Bangalô: modelo geralmente de tamanho grande, oferece maior conforto para a família e seu formato se assemelha ao de uma casa;
b) Canadense: modelo de formato clássico de “V” invertido. Oferece um ambiente único, algumas vezes estendido por uma varanda;
c) Iglu: modelo mais indicado para expedições, aventuras, caminhadas e acampamentos em geral. Possui estrutura de fibra e coberturas de nylon, configurando um equipamento extremamente leve. Fácil e rápida de montar, esta barraca é a mais procurada pelos novos campistas e sem experiência;
Os Sacos de Dormir podem ser de pluma (Düvet ou pena de ganso) ou fibras sintéticas. São caros e absorvem água. Um saco de pluma molhado perde muito da sua maciez e capacidade de isolamento, ficando imprestável até que esteja seco.
Já os sacos de Fibras Sintéticas são resistentes à umidade, retêm grande parte da sua maciez quando molhadas e secam relativamente rápido. Eles são mais baratos. Porém, são mais volumosos e pesados dos que os de pluma.

Basicamente, o zíper é uma maneira universal de fechar o saco, o que causa um dos principais danos nos mesmos, com possíveis “mordidas” no tecido ou saia dos trilhos. Assim, ao optar por comprar um saco de dormir, atente a uma boca bem larga e zíper que correm com certa facilidade no abrir e fechar.Uma bainha deve assegurar o isolamento para reduzir a perda de calor. Um zíper longo facilita a entrada e saída do saco. Por fim, se você optar em usar dois sacos de dormir conjugados, atente se os zíperes sejam compatíveis e que sejam colocados em lados opostos nos dois sacos de dormir.

(Por Prof. Audemário Prazeres) DICA NÚMERO 10 PARA NOSSAS CAMINHADAS: PLANEJAMENTO PRÉVIO

Uma regra fundamental do verdadeiro Trilheiro Goodchap, ‘’e NUNCA CAMINHAR SOZINHO. O número mínimo exigido para essa atividade é um grupo acima de três pessoas. Pois, se por acaso surgir algum imprevisto (que é bom lembrar que não é algo raro), mais pessoas no grupo torna-se mais fácil ajudar e proporcionar mais segurança durante o trajeto.
É importante que você encontre pessoas que formem um grupo que realmente gostem de aventura como você. Mas, tenha cuidado com uma tremenda BACTÉRIA presente em alguns praticantes. Refiro-me a FALTA DE HUMILDADE. Tente sempre que possível instituir um clima agradável de companheirismo e valorizar a calma e não tente mostrar aos outros que pode fazer isso ou aquilo. Apenas perceba se pode e, se encontrar dificuldades, saiba pedir ajuda.
Sempre que possível, tenha informações sobre o lugar, o tamanho da trilha, as dificuldades, etc. Lembre-se que é comum ter no grupo pessoas que estão começando essa atividade, e esperam de você (mais experiente), condições de solucionar situações OBJETIVAS e SUBJETIVAS ao longo do percurso.


Por fim, saiba usar corretamente os equipamentos, e sempre orientar as pessoas do grupo o uso correto deles. E tenha cuidado para não acontecer o problema do padre com seus balões, que não sabia fazer uso do GPS. Certifique seus equipamentos e dos demais que vão fazer essa caminhada longa com você. BOA CAMINHADA PARA VOCÊ!!!

quinta-feira, 17 de julho de 2008


A Essência em Fazer Trilhas Ecológicas Visando Ser Um Trilheiro "Good Chap"


Quando falamos no desenvolvimento de trilhas ecológicas, não devemos apenas imaginar como um serviço a ser oferecido pelos equipamentos turísticos aos seus visitantes, ou conceituando como uma atividade pertencente ao segmento do Ecoturismo ou Turismo de Aventura.

Basicamente, quando se fala em trilhas ecológicas, ocorre uma restrição a quatro focos principais. A saber:

• Aprender o desenvolvimento do Ecoturismo “in loco” com o funcionamento do seu Ecossistema;
• Reconhecer a importância da preservação do Meio Ambiente;
• Desenvolver a Ecopedagogia, buscando despertar a consciência ecológica nas pessoas de forma prazerosa, criativa e educativa;
• TEAL – Treinamento Experiencial ao Ar Livre (início em 1990). Tudo é transmitido por sensações e não por conceitos;

O meu verdadeiro intuito nesse artigo, é justamente mostrar um outro viés na prática de trilhas ecológicas. Ou seja: A interação e integração com outras culturas, tradições e principalmente uma valorização da vida como um todo na nossa biosfera.

Necessitamos abolir a visão errada dado a ciência Ecologia nos anos 70, onde o cuidar do “bichinho” e da “plantinha” era fazer Ecologia. Por conta desse olhar lúdico dado a ciência Ecologia, que nós ambientalistas sofremos com inúmeras ideologias quando atuamos com Educação Ambiental, onde vez por outra, somos enquadrados como pessoas sonhadoras, ociosas e que andam em macha ré frente ao desenvolvimento do progresso.

Bem sabemos, que ao planejarmos nossas ações é necessário associar princípios de Economia e Ecologia, duas ciências, que cuidam, em última análise, da “organização da casa”. Mas, devemos inserir a esse conceito a palavra “bio”, e refletirmos em uma palavra nova, ainda não pertencente ao conhecimento comum das pessoas, que é a ECOBIONOMIA, que nada mais é do que “o dever de se cuidar da casa e da vida”.

Dessa forma, ouso conjecturar, o que eu considero ser um outro foco importante no desenvolvimento de trilhas ecológicas, na qual é inserida em uma visão da Ecobionomia, partindo de um fato real vivido pelo americano George Matthew Schilling, que deu a sua volta ao mundo a pé em 03 de Agosto de 1897 a 1904 (em sete anos). Na ocasião, ele não imaginava que iria surgir à atividade de trilhas ecológicas dentro de um segmento do Turismo Rural, chamado de ECOTURISMO.

Assim, pensando no pioneirismo de Schilling, é que desenvolvo esse meu artigo, onde sem fazer uso de uma pesquisa aprofundada sobre esta grande façanha então realizada, ou ter feito uma leitura autobiográfica de Schilling, faço a seguinte pergunta: Qual seria o motivo que fez Schilling fazer esta caminhada?

Evidentemente, que irei penetrar no campo das suposições, ao tentar responder esta pergunta. Mas permitam-me fazer uso desse campo, no qual entendo ser muito representativo no desenvolvimento de nossas trilhas, sejam elas no meio do Mato, ou até em nosso cotidiano de Vida.

Faço crer, que o interesse maior dessa grande caminhada não tenha sido apenas para compor o livro The Guinnes Book, até porque o primeiro recorde só foi registrado em 1955 na primeira edição deste livro, que citou a distância que estariam da Terra os corpos celestes então conhecidos. Como também, não acredito que tenha sido uma aventura de alguém desocupado que não tinha nada de interessante a fazer, ou de um excêntrico e quem sabe de um louco.

Na verdade, imagino que houve uma grande expressão pelo valor à vida em sua forma simples, bem como, ao respeito às outras culturas e ao sentimento de liberdade que emana de todos nós. Evidentemente, que não posso aqui omitir, a verdadeira autenticidade do legítimo trilheiro que é um "good chap" (expressão antiga inglesa que significa "um bom sujeito"), de dividir experiências com quem tiver interesse, e tratar todos com cortesia e respeito, tendo acima de tudo sensações, e não simplesmente fazer uso dos conceitos relacionados à Psicologia, Pedagogia, Antropologia e Sociologia.

Habitamos em um planeta que possui várias realidades, e cada pessoa tem a sua própria realidade. Como a humanidade vem se deparando com alertas sobre desgraças ambientais, e ao mesmo tempo, vem assumindo um perfil bem comum da política do neoliberalismo, onde resulta em atitudes competitivas e egoístas entre nós mesmos. A realidade própria do trilheiro "good chap", desperta e despertará na consciência das pessoas a compreensão de que a natureza está em constante mutação e responde as intervenções antrópicas no qual necessita de conservação.

Esses trilheiros "good chap" estão mais preocupados com os povos e os meios em que eles vivem. Para isto, ocorre uma valorização dos seus costumes que foram frutos de um legado de gerações que resulta na base de sua cultura. Esses trilheiros não se limitam com o artificialismo de vida existente nos shopping centers. Ou melhor, eles não se apaixonam por finalidades irrisórias que tem por nome a riqueza, a glória, e a soberba. E sim, meçam esforços para compreender e tentar englobar a grande e complexa variedade das experiências humanas, de modo a procurarem à simplicidade e a economia dentro das hipóteses básicas do que é o estado de VIVER.

Outra atitude bem visível no trilheiro "good chap", é a capacidade de você ser bom com as pessoas. Ser útil às pessoas, sem interesse financeiro. Ser generoso. É fundamental se envolver com essas pessoas em suas caminhadas diárias e lembre-se que auras na mesma freqüência positiva sempre se atraem.

Sempre que você adentrar em uma nova cidade ou trilha, tenha a convicção de que tudo vai dar certo. Confie na "FORÇA" positiva, ela realmente existe e atrai outros semelhantes positivos. Não pense ou haja negativamente, pois o mundo encontra-se cheio de pessoas mau-caráter, oportunistas que não merecem serem qualificadas como seres humanos.

Por último, entendo que o trilheiro "good chap" tem em mente uma filosofia de vida baseada em um pensamento do escritor Mário Lago. Ou seja: "Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: Nem ele me persegue, nem eu fujo dele, um dia agente se encontra".


Oxalá, que todos nós sejamos legítimos Trilheiros "Good Chap”.

Prof. Audemário Prazeres
Trilheiro a pé há 23 anos
audemario@gmail.com